sábado, fevereiro 09, 2008

 

O MINI E O HONDA 600



O meu primeiro automóvel, era uma força bruta dos veículos com motor, sim porque vinha equipado com motor, apesar de poucas vezes ter funcionado, e dizem os “entendidos” que com motor, dois eixos e quatro rodas deve ser de um automóvel que se fala. Nunca vi nada igual, devorava o asfalto, parecia um “Miura” quando o soltava na estrada. Eu é que tive sempre de o dominar, o que nem sempre foi fácil, confesso, tinha um ar doce, discreto e até afável ao olhar mas quando o soltava na estrada, vinha logo à ideia aquele pensamento “como era grande, a rebeldia dos seus 22 anos”, era ligeiramente mais velho do que eu.
E quantos quilómetros tinha o “bicho”? Não sei porque quando veio para as minhas mãos já tinha o “velocímetro” desligado era para não ficar assustado com a velocidade que ganhava no alcatrão.
Mas tinha um poder de aceleração impressionante, só para entenderem, do que estou a falar, uma vez estava parado, num semáforo em Lisboa quando este tinha a luz vermelha acesa. Nem vão acreditar, mas a luz verde acende-se e o “bicho” não se mexeu, porque tive de retirar o pé do acelerador e rápidamente colocá-lo em cima do travão, então não é que as costas do meu banco partiram-se e eu fiquei com a cabeça deitada no banco de trás, tal era a força que debitava o seu motor, muita potência, muitos “cv” à solta! E depois só podia dar nisto, muita ferrugem!
Vem-me há ideia, muitas vezes, aquela velha máxima de que “o Homem é o animal com melhor adaptação ao meio ambiente”, sempre que penso neste pequeno bólide. Porque, por exemplo, chove e qualquer automobilista, quando se dá este fenómeno na natureza, estando aos comandos do seu veículo ligará o “limpa pára-brisas”, naturalmente, mas o meu não tinha, então aprendi que esfregando metade de uma batata no vidro, fazia com que as gotículas da chuva não ficassem depositadas na sua superfície, e que diminuísse a visão da estrada, aumentando assim o grau de dificuldade na condução, já era difícil de conduzir esta “força indomável”, ainda tinha que vir a chuva. Por isso no inverno para além do dinheiro que tinha que ter para a gasolina, ainda tinha que passar na mercearia e comprar batatas!
Mas tinha um “Imobilizador de ignição”, não é que fizesse muita falta, ninguém o queria levar! E isso parecendo que não valorizava-o, não sei como, mas tinha. Uma vez lembro-me de ter ido ao cinema com duas amigas à noite e no fim da sessão, queríamos regressar a casa e elas tiveram de vir a empurrar o “Mine”, a Av. Gago Coutinho em Lisboa, quase toda, porque eu esqueci-me de ligar o “ corta – corrente ” e o “bicho não queria pegar!”, nunca lhes disse nada …
Então e o Honda 600cc do meu sócio, um espectáculo!…todo vermelho, parecia mesmo um “Ferrari raçudo”, mas fica por contar as suas “aventuras” em outra ocasião...ahpoizé!

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