sábado, fevereiro 03, 2007

 

Os heróis da...terra!

Quem passou a adolescência nos anos 60, 70 ou 80 deve lembrar-se de como foi duro esse percurso, e por isso quer endossar-lhes a minha Admiração e Estima através deste post.


Quem não se lembra…


Dos carros não terem cintos de segurança, apoio de cabeça, ou airbag…e sobrevivemos!
Íamos soltos no banco traseiro a brincar uns com os outros e bastava uma voz de comando dizer “JUÍZINHO AÍ ATRÁS!”, para acalmar os ânimos…e sobrevivemos!
As camas tinham grades e os brinquedos peças pequenas que se soltavam ou pintados com tintas contendo chumbo ou outro veneno qualquer. Quem não se lembra de ter estado três dias a “pintar à pistola”, fazia parte do processo de crescimento e…sobrevivemos!
Os beliches não tinham grades e também não conheço ninguém que tivesse aterrado de cabeça!
…como aquela história, em que dois irmãos que dormiam no mesmo quarto em camas de beliche, houve um dia que o irmão que dormia no beliche superior acordou com a sua cama instável e em movimento! Era o seu irmão que dormia no beliche inferior, que sonhava que estava, imaginem !…numa prensa e por isso lutava para não ser amaçado.
Quando viajávamos de carro com vários irmãos, todos no banco de trás, bastava um dizer:”…estou a ficar mal disposto, acho que vou vom…” Formava-se rapidamente uma clareira em redor do “coitado”, procedia-se ao chamado “isolamento profilático”…e sobrevivemos!
Não havia traves de segurança nas portas das arrecadações que continham detergentes, químicos ou insecticidas E nenhum foi “abafado” por ter ficado três dias AMARELO.
Bebíamos agua da torneira ou de uma mangueira… e sobrevivemos!
Comíamos fruta acabada de ser apanhada das arvores em pleno verão e apesar de nos dizerem: “Não comas isso que está quente e vai-te dar a volta à barriga!” Para nós não havia fruta mais “fresca”, daquela que era apanhada e saboreada por nós, ainda debaixo das copas dessas arvores…deve ser o nosso instinto primário de sobrevivência.
Construíamos os chamados “carrinhos de rolamentos”, fazendo verdadeiros “Grandes prémios de velocidade” nas ruas com declive acentuado,…e sem travões! Éramos verdadeiros duplos de filmes como “Os cavaleiros do asfalto!”
Faziam-se verdadeiros Julgamentos sumários entre os amigos: -eu, explico.
Quem não teve um amigo que não soubesse ocultar a verdade, por muito tempo. Exemplo: “Então pá quantas negativas vais ter?” –“Não sei se passo com uma ou com duas?!”…e depois íamos ver e o “espécime”, tinha chumbado com sete negativas, qual era o mal tinha ficado em…GRANDE!…ahpoizé!

Comments:
Caro amigo Zé espanhol,

Já vi que no Reino de Castela as coisas eram muito semelhantes às de cá. Por isso, acrescento mais uns pormenores da mesma geração mas vividas em terras Lusas:

1) Ir na parte de trás de uma carrinha era um passeio especial que ainda hoje recordamos.

2) Quando andávamos de bicicleta não usávamos capacete.

3) Gastávamos horas e horas a construir os nossos carros e nas estradas inclinadas percebíamos que não tínhamos travões.
Depois de vários choques contra algumas árvores aprendemos a resolver o problema. Nós raramente chocávamos com automóveis!.


4) Saíamos para brincar com a única condição de regressarmos antes do anoitecer.

5) A escola durava, até ao meio-dia, chegávamos a casa para almoçar e depois voltávamos para a escola. Não tínhamos telemóvel por isso ninguém podia localizar-nos!! (g’anda vantagem, hein!).

6) Quando nos aleijávamos, partíamos uma perna um braço ou mesmo um dente nunca ninguém reclamava por isso. Ninguém era culpado a não ser nós mesmos.

7) Comíamos biscoitos, pão e manteiga, ingeríamos bebidas com açúcar e nunca tínhamos excesso de peso porque andávamos sempre em movimento a gastar energias...

8) Partilhávamos uma bebida com os amigos... bebíamos todos da mesma garrafa e ninguém morria por isso.

9) Não tínhamos Playstations, Nintendo 64, X boxes, Ipods, Jogos de vídeo, 99 canais de televisão videogravadores, equipes de som telemóveis pessoais computadores chatrooms em Internet ... mas TÍNHAMOS AMIGOS.

10) Formávamos grupos para jogar à bola. Nem todos eram eleitos mas nem por isso ficavam traumatizados.

11) Alguns estudantes não eram tão brilhantes como outros e quando perdiam um ano, repetiam. Ninguém ia ao psicólogo, ao psicopedagogo, ninguém tinha dislexia nem problemas de atenção nem hiperactividade, simplesmente repetia o ano e tinha uma segunda oportunidade.

12)Tínhamos liberdade, fracassos, êxitos, responsabilidades...mas aprendemos a geri-los.
 
E hoje a maior parte de vocês são pais e passam-se com qualquer tipo de comportamento dessa índole por parte dos vossos filhos.
 
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