domingo, outubro 15, 2006

 

O Mini e o Honda 600

Dizem os Xutos & Pontapés naquela canção “…as saudades que eu já tenho….” Então e eu, do meu primeiro "pó-pó"?! Sim, porque de automóvel tinha muito pouco. Era uma força bruta dos veículos com motor, vinha equipado com motor, apesar de poucas vezes ter funcionado, e dizem os “entendidos” que com motor, dois eixos e quatro rodas deve ser de um automóvel que se está a falar. Nunca vi nada igual, devorava o asfalto, parecia um “Miura” quando o soltava na estrada. Tinha de ser eu a dominá-lo, o que nem sempre foi fácil, tinha um ar discreto e até passava despercebido ao olhar mas quando o soltava na estrada, vinha logo à ideia-como era grande, a rebeldia dos seus 22 anos. Ligeiramente mais velho do que eu mas muito bem conservado.
E quantos quilómetros já tinha o “animal”? Não sei porque quando veio para as minhas mãos já tinha o “velocímetro” desligado e eu também nunca o liguei, não fosse assustar-me com a velocidade que ganhava no alcatrão.
Mas tinha um poder de aceleração impressionante, só para vocês entenderem, uma vez estava parado, num semáforo em Lisboa, quando estava a luz vermelha acesa. Não vão acreditar, mas a luz verde acende-se e o “calhambeque” não se mexeu, tive de retirar o pé do acelerador e coloca-lo no travão, rápidamente, então não é que as costas do meu banco partiram-se e eu fiquei com a cabeça deitada no banco de trás, tal era a força que debitava o seu motor, muita potência, muitos “cv” à solta!
Vem-me há ideia um pensamento, quando penso, nesta pequena "bruxa", de que “o Homem é o animal com melhor adaptação ao meio ambiente”. Porque, por exemplo, chove e qualquer automobilista, quando se dá este fenómeno na natureza, estando aos comandos do seu veículo ligará o “limpa pára-brisas”, naturalmente, mas o meu não funcionava, então aprendi que esfregando metade de uma batata no vidro, fazia com que as gotículas da chuva não ficassem depositadas na sua superfície, o que com chuva, dimínuia a visão que se tinha da estrada, aumentando assim o grau de dificuldade de condução, se em condições normais, já era difícil de conduzir esta “força indomável”, ainda tinha que começar a chuver, só para atrapalhar. Por isso no inverno para além do dinheiro que tinha que ter para a gasolina, sim porque bebia bem, ainda tinha que passar na mercearia e comprar batatas!
Mas tinha um “Imobilizador de ignição”, não é que fizesse muita falta, ninguém o ia levar! E isso parecendo que não valorizava-o, não sei como, mas tinha. Uma vez lembro-me de ter ido ao cinema com duas amigas à noite e no fim da sessão, queríamos regressar a casa e elas tiveram de vir a empurrar o “Mine”, a Av. Gago Coutinho em Lisboa, quase toda, porque eu esqueci-me de ligar o “ corta – corrente ” e o “bicho não queria pegar!”, nunca lhes disse nada …
Então e o Honda 600cc do meu sócio, um espectáculo!…todo vermelho, parecia mesmo um “Ferrari raçudo”, mas fica por contar as suas “aventuras” em outra ocasião.

Comments:
A batata, essa velha amiga! Vou experimentar hoje lá no chaço a ver se dá...
 
Fiquei deveras sensibilizado – comovido mesmo - com as suas peripécias no asfalto, sobretudo pela identificação que senti – eu próprio tb tive um “mine”! O meu era encarnado (que não é a mesma coisa que vermelho que tem adstrito toda uma carga benfiquista que eu dispenso!) e a matricula era BN-qqr coisa-qqr coisa. Ai que saudades...
Mas, já que estamos numa de saudosismo... permita-me só uma perguntinha: Por onde anda o seu amigo (“contributor”), Gato Não Fedorento? É que, ultimamente, é só Nuestro Hermano “Zé Espanhol” que põe “gasolina” aqui no blogue! Bem sei que a gasolina em Espanha é mais barata mas... que aconteceu ao Gato Não Fedorento? Emigrou? Casou-se? Anda a Monte, ou foi finalmente enclausurado em Linhó? E o Pilhagalinhas? Apanhou a gripe das aves, foi?
 
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